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A Literatura Oral Tradicional
A Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial realizou uma mesa-redonda, no Grémio Literário, em Lisboa, no dia 17 de Novembro, pelas 17 horas.
 
Desta vez, o motivo foi a LITERATURA ORAL TRADICIONAL, tendo como oradores alguns dos mais reputados especialistas portugueses nesta temática, como é o caso dos Doutores João David Pinto Correia, Pere Ferré e Alexandre Parafita. 
 
Todos eles são membros da Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.
 
 
Com a realização desta conferência, a ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL MATERIAL pretendeu celebrar a ação dos pioneiros coletores como Almeida Garrett ou Alexandre Herculano e alguns dos principais vultos da cultura portuguesa que se lhes seguiram (Adolfo Coelho, Teófilo Braga, Carolina Michaelis, José Leite de Vasconcelos, Viegas Guerreiro, Michel Giacometti…), bem como atualizar o nosso conhecimento sobre o contexto em que se está a operar a salvaguarda, estudo e divulgação da Literatura Oral Tradicional Portuguesa.
 
Assim, em consonância, quer com o inestimável contributo desses prenunciadores do moderno conceito de património cultural imaterial, quer com os conteúdos consagrados na própria CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL, adotada pela UNESCO, em 2003, cuja lista de domínios inclui as «tradições e expressões orais», podemos interrogar-nos, hoje, sobre a importância das palavras de Almeida Garrett (autor do Romanceiro, uma das obras que mais ajudou a afirmar a investigação etnográfica), quando considerava a necessidade de «estudar as nossas primitivas fontes poéticas, os romances em verso e as legendas em prosa, as fábulas e crenças velhas, as costumeiras e as superstições antigas»? Ou então, se ainda faz sentido ter presente a ação de Alexandre Herculano no que respeita ao lendarium português e que tão afortunadamente Alexandre Parafita, orador nesta sessão, tem vindo a realizar na região do Douro?
 
Por outro lado, a justificação para esta iniciativa ter lugar no Grémio Literário assentou no facto de, entre os seus sócios fundadores, contar Almeida Garrett e Alexandre Herculano (sendo este até o seu sócio n.º 1) e de, portanto, estarem na origem da criação do movimento romântico caracterizado por, numa imagem idealizada, buscar as «autênticas raízes populares» ou «as puras origens do génio nacional» e serem ambos defensores das então designadas «antiguidades populares».
 
Estamos convictos de que esta conferência muito dignificou a atuação da Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, contando com alguns dos mais destacados especialistas nesta temática, como é o caso dos Professores João David Pinto Correia, Pere Ferré e Alexandre Parafita que, indubitavelmente, se têm mostrado determinados e coerentes continuadores dos mencionados antigos e ilustres defensores do património intangível português.
 
Luís Marques

Alexandre Parafita, João David Pinto Correia, Luís Marques e Pere Ferré (este num momento em que aludia ao "Romanceiro", da autoria de Almeida Garrett)


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