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Beira Interior
As 1as Jornadas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Beira Interior (ver programa), organizadas pela Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial em conjunto com a Câmara Municipal do Fundão, foram realizadas nesta cidade, no Auditório da Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, no dia 14 de junho de 2014, com a colaboração da Câmara Municipal da Idanha-a-Nova, Câmara Municipal do Sabugal, Direção Regional de Cultura do Centro, Entidade Regional de Turismo do Centro, Universidade da Beira Interior, Universidade Lusófona, Sociedade de Geografia de Lisboa, Aldeias Históricas de Portugal, Aldeias do Xisto, Edições Colibri, PPORTODOSMUSEUS e Tradisom. 
 
 
Estas Jornadas pretenderam contribuir para a salvaguarda e para uma mais ampla perceção da riqueza e diversidade do Património Cultural Imaterial da Beira Interior.
 
Os participantes (representantes do movimento associativo; técnicos superiores autárquicos, de museus e de instituições diversas; investigadores e docentes de ciências sociais; membros de confrarias, especialistas em vários domínios do património cultural, etc.), que tiveram oportunidade de trocar experiências e de manifestar apreço pela realização destas Jornadas, apresentaram sugestões e manifestaram algumas preocupações, entre as quais, as que se seguem, dada a sua consensualidade:   
 
1. Criar e manter uma «Linha “SOS” Património Cultural Imaterial em Perigo», tendo em vista alertar para as situações mais graves, como acontece com o mestre Esparteiro, Senhor José Encarnação, o último em atividade em toda a região da Beira Interior. Tanto mais que este não é um caso isolado. Basta pensarmos no Senhor Sérgio Silva, mestre Calafate e barqueiro, o único que ainda labora no Médio Tejo, sem esquecer a «Arte Chocalheira», exercida por apenas cerca de uma dezena de mestres chocalheiros, e que atualmente pretende ser reconhecida pela UNESCO como património cultural imaterial que necessita de medidas de salvaguarda urgentes;
 
2. Reforçar a componente imaterial no contexto da estima e promoção das Aldeias Históricas e das Aldeias do Xisto; 
 
3. Reconhecer o trabalho meritório que neste domínio vem sendo realizado por várias câmaras municipais apelando, no entanto, a todas as outras autarquias para que intensifiquem também estratégias de salvaguarda e valorização do Património Cultural Imaterial (PCI);
 
4. Realçar a importância das tradições culturais imateriais, em especial as musicais que ainda persistem na Beira Interior, em cuja conservação e transmissão devem ter papel preponderante, entre outras instituições, as autarquias e as comunidades escolares;
 
5. Concordar com a criação do Dia Nacional do PCI (27 novembro, data em que o Fado passou a integrar a Lista da UNESCO), sugerindo que nesse dia sejam realizadas as mais variadas ações suscetíveis de dignificar e ampliar o conhecimento do PCI no nosso país;
 
6. Que se aprofundem estas Jornadas, agora numa perspetiva das 1as Jornadas Transfronteiriças, em local a designar oportunamente, tendo para isso mostrado disponibilidade os participantes pertencentes à Universidade de Salamanca;
 
7. Saudar a atividade desenvolvida pela Bibliomóvel (biblioteca itinerante) de Proença-a-Nova na difusão do livro e da leitura – onde inclui a cultura imaterial local – que levou ao seu recente reconhecimento pelo Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC), organismo da UNESCO. 


Aspeto da comunicação de José Alberto Sardinha (investigador da música tradicional portuguesa, autor, entre outras, das obras Portugal-Raízes Musicais e A Origem do Fado)

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