Medicina Popular em Portugal
Medicina Popular em Portugal - Um Património Imaterial em Vias de Extinção?
A Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial realizou uma mesa-redonda intitulada «Medicina Popular em Portugal - Um Património Imaterial em Vias de Extinção?» na Sociedade de Geografia de Lisboa no dia 7 de outubro de 2016, às 17h30.
Os principais motivos que justificaram a sua realização foram os seguintes:
Diferente da medicina científica ou institucional, mas presentemente coexistindo com ela, a medicina popular tem a sua origem nos alvores da existência da humanidade. Vivendo em permanente contacto com a natureza, o Homem encontrou aí resposta para grande parte das suas necessidades e para muitos dos seus problemas. Por intermédio da denominada medicina popular, o Homem protegia-se das doenças e de outros males que o afligiam, fossem eles atribuídos a espíritos malignos, às forças da natureza ou à influência dos astros. Assim, onde reside a medicina do povo? Quais os processos de cura que utilizou (utiliza) para debelar as suas enfermidades?
Os Lusitanos solicitavam a protecção dos deuses das fontes de águas minerais como Bormânico e Endovélico. E o cristianismo? E o homem medieval? E nos tempos modernos?
Magia, religião, religiosidade, superstições, rezas, crenças, mezinhas, orações, promessas…, dispõem de processos tradicionais de cura que integram o património imaterial, constituindo um dos pilares que enforma o carácter do povo português. Porque pleno de actualidade, recordamos Bernardo Bernardi: «O estudo antropológico aborda a religião e a magia sem preconceitos. Para o antropólogo, todas as religiões são verdadeiras e todas as formas de magia são dignas de atenção, porque exprimem uma necessidade humana e constituem parte essencial da cultura».
Como salvaguardar este património cultural imaterial no nosso país? Que acções serão mais apropriadas e oportunas para atingir tal objectivo?
A. Vermelho Corral e Luís Marques
ORADORES: Padre António Lourenço Fontes (Etnógrafo, criador do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes), Moisés Espírito Santo (Etno-sociólogo, Prof. Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa) e António Vermelho Corral (Investigador Medicina Popular, Director da Secção de Antropologia da Sociedade de Geografia de Lisboa).
Sessão de abertura: Luís Barros-Aires (Presidente da Sociedade Geografia de Lisboa) e Luís Marques (Presidente da Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial).
Aspeto da sessão, destacando-se na mesa, à esq.ª, Padre A. Lourenço Fontes, Luís Marques, Luís Barros-Aires e A. Vermelho Corral.
Momento de boa disposição do P.e Lourenço Fontes, observando-se à sua frente, na mesa, algumas das plantas que trouxe de Montalegre para ilustrar a sua comunicação.
© Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial
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