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Moçambique

Chopi Timbila

Gule Wamkulu

 

Chopi Timbila

As comunidades Chopi vivem sobretudo na parte meridional da província de Inhambane, no Sul de Moçambique e são famosas pela sua música de orquestra. As suas orquestras constam de cinco a trinta xilofones de madeira, chamados timbila (mbila no singular) e apresentam-se em diferentes tamanhos e tons. Os tiimbila são instrumentos afinados com uma grande precisão e fabricados numa madeira de grande ressonância procedente de uma árvore de crescimento lento, chamada mwenje. De baixo de cada lâmina fixa-se com cera de abelha uma cabaça que serve de caixa-de-ressonância, que é impregnada de óleo de nkuso, o que confere às timbila uma sonoridade nasal e vibrações características. As orquestras são compostas tanto por mestres como por aprendizes de todas as idades e vêem-se meninos a tocar ao lado dos seus avós. Todos os anos são compostas novas obras que se interpretam em casamentos e outros acontecimentos da comunidade. Os ritmos dentro de cada tema são complexos e a mão esquerda executa um ritmo diferente da mão direita. As interpretações duram mais ou menos uma hora e apresentam quer temas para solistas quer para orquestras, utilizando tempos distintos. As danças associadas às timbila são executadas por doze bailarinos em frente da orquestra.
Cada interpretação de timbila começa por um canto solene (m'zeno), acompanhado por danças, enquanto os músicos tocam em surdina um ritmo lento. Os textos cheios de humor e sarcasmo, reflectem questões sociais e contemporâneas, que servem para fazer a crónica dos acontecimentos da comunidade.

A maioria dos músicos experientes das timbila são idosos e muito embora continuem a tentar ensinar os mais novos, os jovens desinteressaram-se desta manifestação artística. Além disso, a desflorestação tem provocado uma escassez da madeira necessária para a produção dos instrumentos das timbila.

(In site UNESCO)

 

http://img.youtube.com/vi/IgZV9nR-m2o/0.jpg

Foto: site oficial da UNESCO

 

 

Gule Wamkulu

O Gule Wamkulu era um culto secreto e uma dança ritual, praticado pelos Chewa no Malawi, na Zâmbia e em Moçambique. Era executado pelos membros da confraria Nyau, uma sociedade secreta exclusivamente masculina. Na sociedade matriarcal dos Chewa, onde o elemento masculino desempenhava um papel relativamente marginal, o Nyau era um meio para os homens exerceram um contrapeso à autoridade feminina e de estabelecerem laços de solidariedade com os outros homens das aldeias vizinhas. Mesmo nos dias de hoje, os membros da confraria Nyau continuam a assegurar o rito de passagem dos rapazes à idade adulta, pois a execução do Gule Wamkulu que se sucede à iniciação, celebra a integração dos jovens na sociedade dos adultos.

O Gule Wamkulu tem lugar depois da colheita de Julho, mas também por ocasião dos casamentos, dos funerais e da tomada de posse ou morte de um chefe. Nesses acontecimentos, os dançarinos Nyau envergam trajes e máscaras em madeira e palha, representando toda a sorte de criaturas: animais selvagens, espíritos dos mortos, traficantes de escravos ou figuras mais recentes como a Honda ou um helicóptero. Cada um desses personagens desempenha um papel particular, muitas vezes de malfeitor, ilustrando um comportamento condenável, servindo assim como forma de ensinar valores morais e sociais. Os bailarinos executam danças com uma extraordinária energia, divertindo e assustando ao mesmo tempo o público, com a sua farsa de encarnação do mundo dos espíritos e dos mortos.

O Gule Wamkulu remonta ao grande império Chewa do século XVIII. Apesar dos esforços dos missionários cristãos para proibirem a sua prática, o ritual conseguiu sobreviver ao regime colonial e acabou por integrar alguns aspectos do cristianismo. Com efeito, muitos dos homens Chewa são simultaneamente membros de uma igreja cristã e de uma sociedade Nyau. Actualmente, o Gule Wamkulu vai-se esvaziando das suas funções e significado originais e está cada vez mais reduzido a um divertimento para turistas.

(In site UNESCO)

 Gule Wamkulu

Foto: site oficial da UNESCO.

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