Inscrição dos «CARETOS DE PODENCE» na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO
A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL saúda vivamente a inscrição dos «CARETOS DE PODENCE»[1] na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Esta decisão do Comité Intergovernamental da UNESCO, na sua 14.ª reunião, realizada hoje, dia 12 de dezembro de 2019, em Bogotá, na Colômbia, surge assim na sequência da inscrição do Fado, da Dieta Mediterrânica, do Cante Alentejano, da «Arte Chocalheira», da Olaria Negra de Bisalhães, da Falcoaria e dos «Bonecos de Estremoz», o que constitui, por certo, uma notícia recebida com grande regozijo por todos os portugueses.
Em cada solstício de inverno, com as costumadas festividades cíclicas fica sempre refletida uma enorme riqueza patrimonial imaterial. Exemplo disso são as celebrações rituais que atualmente prosseguem, como é o caso dos «Caretos de Podence», em Macedo de Cavaleiros, mas também das «Festas dos Rapazes» ou de «Santo Estevão», em Ousilhão-Vinhais e Grijó de Parada, em Bragança; Festas do «Chocalheiro» e do «Farândulo», em Bemposta e em Tó, no Mogadouro; «Festa das Fogaceiras», em Santa Maria da Feira; «Romaria de S. Brás», na Nazaré; «Festa do Menino Jesus», em Vila Chã de Braciosa-Miranda do Douro; «Enterro do Pai Velho», no Lindoso-Ponte da Barca; «Os Cardadores», em Ílhavo e a «Festa de S. Gonçalinho», em Aveiro, entre outras.
São muitos e diversificados os patrimónios culturais imateriais existentes no nosso país. As distinções que se vêm verificando desde 2011 (com a inscrição do Fado), são disso flagrante exemplo. Contudo, a nível institucional/ministerial, lamentavelmente, carecem de ser melhor interpretados, salvaguardados e valorizados, o que somente uma política verdadeiramente identificada com tais qualidades pode habilitar-se a promover.
Que esta excelente notícia possa constituir um novo e definitivo estímulo para a tão urgente e indispensável mudança na política do património cultural imaterial em Portugal, é o que mais desejamos.
O Presidente
Luís Marques
Voltar