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Tradições alimentares em Lisboa

INTRODUÇÃO

 

Da cozinha de certos produtos e do uso de determinados utensílios, o que é que permanece dos perseverantes hábitos alimentares que tradicionalmente tinham (têm) lugar na capital? A persistente ligação da cidade ao rio Tejo, como se traduziu na alimentação? A mesa dos reis, da aristocracia e dos governantes republicanos permaneceu distinta e inalterada, com ostentação, etiquetas e formas de confeção, sem influências das classes populares? O cosmopolitismo «abafou» ou aboliu a tradição? Os habitantes de Lisboa não permaneciam duradouramente na cidade, nem nela se enraizavam? Ou, para além da presença constante de viajantes de várias partes do mundo, a vida na cidade contava com residentes constituídos em comunidade ou bairro que davam continuidade geração após geração a certas práticas tradicionais, entre as quais, as alimentares, sejam no quotidiano ou em momentos festivos, de acordo com os tempos marcantes do calendário? Da alimentação ritual, como a que sucede na noite de Santo António, ainda existem contemporaneamente outros exemplos?

Com o inestimável contributo dos vários conferencistas convidados e com o debate que a eles se seguirá estaremos, certamente, mais próximos de atingir a imaterialidade do «saber-fazer» culinário que aqui foi persistindo, isto é, transmitido ao longo dos séculos e que ainda presentemente, em parte, se mantém vivo ou se conserva na memória dos frequentemente chamados «alfacinhas».

Com esta conferência, com o conteúdo nela apresentado, estaremos a contribuir, seguramente, para a «descoberta» de certas práticas alimentares que, eventualmente, se poderão integrar no que atualmente se designa por património cultural imaterial. Ou seja, para alcançar um «saber-fazer» tradicional, certos comeres, uma cozinha que hoje, provavelmente, por preconceito ou por desconhecimento ainda não é suficientemente valorizada, mas que poderá, a seu tempo, ser merecedora ou suscetível de ser considerada património imaterial lisboeta.

Luís Marques

 

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